terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Luiza...

- Algo que ha um tempo atras escrevi.


'....- Olhando pela janela Luiza tentava enchergar o que havia na rua... Não era muito possivel pois o vidro estava embaçado pelas gostas da chuva. Seus dedos deslisavam pelo vidro tentando, quem sabe, talvez atravessar esta barreira. Mais por que seria uma barreira? Talvez sua razão falasse mais alto... mais ela não queria a razão, e sim o sentimento.... Mas pensar com o sentimento, não seria pensar com a razão? Pois a razão que você acredita seja o sentimento que por sua vez é uma forma de razão? Deus! Ela iria ficar doida! Se sempre acreditou nisto... por que ela não conseguia sair dali e agir? E correr? E Pular? e Gritar? Alguma coisa??... suspirando...voltou e fitou a sala, sem enxerga-la muito bem, sentou-se no sofá, e deitou-se levando as mãos aos cabelos. Mirava o teto, seu olhar era como de alguem que mirava um quadro em uma galeria... a dias vive em indecisões... mais afinal quem nunca viveu? avaliando, ela chava que a vida é feita de indecisões, mais talvez agir sem pensar um pouco, poderia ter conseguências ruins... um pouco...pensar apenas um pouco. Mas que pouco é este....? Quantos dias se resumem para que possamos pensar bem no assunto, mais tambem não deixar tudo passar e você virar apenas um telespectador?... Levantando-se novamente, e começando a andar de uma lado para o outro... Luiza se pergunta o por que de pensar tudo akilo... Mais ai ja estaria pensando mais uma vez e não agindo!... é um ciclo vicioso. Ou ela faz, ou ela não faz. Fazer quando? e o que fazer? Seria julgada? Sim obvio, todos somos, não podemos agradar a todos... Mas por que não a todos? Por que sempre há uma duvida na nossa vida? e não podemos viver em paz, sempre bem e feliz... ? Temos que ter o desespero para ter a compaixão. Temos sempre que escolher, e não podemos ser feliz por completo? ela parou no centro da sala...olhou-se no espelho, como que esperasse que ele falasse com ela... arrumando a franja que lhe caia no rosto, pegou a chave do carro e saiu. Ao chegar lá fora, sentiu a chuva em seu rosto. Parou um instante, fechou os olhos e ali ficou... Ela sabia aonde devia ir. Entrou dentro do carro, e dirigiu, com toda a calma, e sem pressa... Era meio estranho, pois parecia que alguem tinha se apossado de seu corpo, não parecia ser ela ali. Mas ela se sentia confiante. E ela acreditava... acreditar. Luiza sempre gostou disso. Defendia o 'acreditar' com todas as forças. Era simples...se você acreditasse em algo ou em alguem, já seria o suficiente para que desse certo, ou para que fosse daquele jeito. Se você acreditar que você pode ser aquela pessoa, você será. Se acreditar diferente, diferente seria.
Ela parou o carro, e saiu... a chuva havia amenizado, mais ainda continuava... havia arvores no lugar, com folhas secas... e ainda um lago mais a frante. Tinha lembranças daquele lugar, talvez foi ali que um dia havia se sentido mais feliz do podia imaginar que seria. Chegando perto da margem do rio, se abaixou, abraçando os joelhos, e levando uma das mãos a água... Como estava fria... Um barulho atras de Luiza traiu sua atenção. O ranger de folhas secas, aquele quando alguem pisa nelas... Ela olhou para tras, e viu sim ali todos os seus problemas resumidos. Se levantou, mais não saiu do lugar, ficou apenas a fitar aqueles olhos, que pareciam tão perdidos quanto os dela. Parecia que ele assim como ela, estava buscando refugio, e veio até aquele lugar... a pequenos e lentos passos, ela foi em direção a ele. Não disseram nada. Isto de falarem que olhares já dizem tudo, ela achava que era melhor tomar cuidado, dependera da afinidade que você tem com a pessoa... dependera de tudo. Mas ali ela não precisava falar, nem explicar, nem perguntar... Ali estava suas duvidas, suas aflições, seus medos, mais estava tambem sua vida, sua felicidade, sua alegria, seu amor... Era como a doença e a cura juntos. Problemas até hoje sempre existiram, e sempre iram existir, por isto ao tomar uma decisão, leve em consideração as coisas boas que ela trouxe antes. Ainda olhando aqueles olhos bem perto, levou seus braços ao pescoço dele, o envolvendo mais ainda. Enconstaram os seus rostos, e beijaram-se longa e demoradamente.... E ela entendeu, que não precisava mais de nada...'


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