terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Talvez, um mundo perfeito. 3

Terceira parte. Continuação.


Eu fiquei meio extasiada...
- Mais você já disse isso antes.
Ele me olhou intensamente.
- Não como agora.
Minha respiração foi ficando cada vez mais forte, parecia que meu cérebro tinha rompido alguma coisa, eu simplesmente não conseguia entender... Afinal, era Miguel! Eu desviei o olhar, não consegui segurar a intensidade com que ele me olhava.
- Isto é bastante estranho, não é? – eu disse me sentindo um pouco enjoada.
- Bastante.
O silêncio não foi daqueles constrangedores, foi calmo, como uma pausa.
- É estranho, mais é forte. – ele declarou. – E leve.
- E confuso. – eu disse não conseguindo me segurar e rindo, ele riu junto.
Após um tempo, o silêncio veio novamente.
- Clara?
- hmm ?
- Posso te dar um beijo?
Sim, agora o silêncio foi constrangedor. A única coisa que eu senti foi a respiração dele. Eu vi ele se aproximar e a minha respiração começou a aumentar também. Eu mordi meus lábios apreensiva, olhando para os dele. Hmm, pensei comigo mesma, eu nunca tinha reparado como eram lindos aqueles lábios. Antes de conseguir prosseguir nos meus pensamentos, ele encostou seu rosto no meu. A sua pele estava quente, e eu não consegui pensar mais em nada. Ele deslizou seu rosto no meu chegando perto da minha orelha e dizendo baixinho.
- Menina Chata.
- Menino Irritante. – eu rebati.
Sorrindo levemente, ele segurou meu rosto e me beijou, calmamente, como se pedisse permissão. Eu sentia o nervoso dele, a ansiedade. Mais eu tinha certeza de que ele esperou muito por isso, então não iria correr. Em uma pausa, com os olhos fechados, ele me disse.
- Desculpe, ter demorado tanto. – ele respirou fundo. – demorado pra te contar, demorado pra voltar, demorado... pra estar perto de você.
Eu sorri pra ele, e levei minha mão até seu rosto.
- Mais agora você está aqui.
Ele sorriu devolta, segurando minha mão e a beijando.
- Boa noite.
- Boa noite.
Ele voltou meio relutante até a sua cama.
- ... pois você só se sente bem comigo e eu com você. ....’


continua.